Em 2019 o Corpuslab recebeu a visita da pesquisadora Olabanke Oyinkansola Goriola ou Oyin, como a chamamos. Oyin é uma pesquisadora e dançarina Nigeriana, mestre pelo Erasmus Mundus Joint Master Degree (Choreomundus) na NTNU Trondheim (Mestrado em Antropologia da dança) e desenvolveu sua pesquisa de campo junto ao professor Luiz Naveda e grupo Corpuslab.

Oyin conheceu o trabalho do professor e do Corpuslab durante um workshop sobre movimento, música e dança que o Professor Luiz Naveda ministrou em seu curso de Mestrado em Antropologia em Trondheim (Noruega). A partir daí, o trabalho se desenvolveu na direção de utilizar métodos de captura e descrição de dança e música desenvolvidos no Corpuslab para observar as danças que a diáspora Africana trouxeram para o Brasil.

Candomblé, música e tecnologia

Imagem em 360 graus do Terreiro de Candomblé Manzo Ngunzo Kaiango. Navegue pela imagem

Durante a pesquisa de campo em conjunto, realizamos gravações Kilombo Manzo , nosso parceiro em vários projetos além de outras atividades, incluindo dezenas de capturas de movimento nos terreiros de candomblé de Belo Horizonte. Sua estadia representou uma oportunidade rara de promover o olhar de uma bailarina Africana sobre a diáspora Ketu e Bantu nas tradições Afro-Brasileiras no Brasil.

O trabalho teve como objetivo “compreender como os movimentos dos Orishas explicam as personalidades humanas que lhes estão ligadas” e levou em conta entrevistas e uma fascinante abordagem de análise de movimentos na formulação de padrões de dança encontrados nas danças dos Orishas.

Sua dissertação “Dancing Orishas: An analysis of the personalities of the Afro-Brazilian Candomble Ogun, Oshun and Oya” (2020) foi orientada por Georgiana Wierre-Gore e contou com o trabalho realizado junto ao professor Luiz Naveda

Observando o movimento

Abaixo, algumas das análises que desenvolvemos em conjunto. Em breve publicaremos o trabalho da Oyin e outros desenvolvimentos.

Análise de velocidade das mãos em uma seguencia da dança de Ogum . LInhas mais vermelhas e mais espessas indica uma trajetória mais rápida.

Gravação de captura de movimento no Kilombo Manzo. Cassia Kidoialê – Dança

Comparação entre um excerto de danças de Ogum. Esquerda: tradição Bantu. Direita: tradição Ketu

Comparação entre as duas tradições de danças (Ogun) a partir os padrões estimados de energia estimada no corpo. As figuras representam o movimento dos bailarinos capturados com um sistema de captura de movimento. Os gráficos indicam os eventos sonoros em cada dança (inferior) e os padrões de energia em cada extremidade do corpo. Vermelho = Cassia/Bantu (figura esq/superior) Azul = Weider/Ketu (figura esq/inferior)