“Imagens, música e dança da diáspora Africana no Brasil.“
Projeto “Organização de um banco de dados de imagens e textos sobre as representações de música e dança afro-Brasileira” CNPq (420106/2021-9)
Projeto contemplado pelo edital Universal CNPq 2022 – Grupo de Pesquisa Corpuslab
Recursos: R$ 56.200,00 ( Bolsas, Material Permanente, Custeio)
- Equipe:
- Prof. Dr. Loque Arcanjo (Coordenação)
- Prof. Dr. Luiz Naveda
- Profa. Dra. Marília Nunes-Silva
- Estudantes de pós-graduação:
- Anna Beatriz Vieira Muniz Donatelli
- Igor Vieira e Sá Tolentino
- Emanuel Schuchter
- Métodos e processos
- Iconografia e iconologia
- Historiografia
- Machine Learning e e análise textual computacional
- Anotação de imagem auxiliada por computador
- Bancos de dados relacionais
- Data visualisation
- Resultados esperados
- Bancos de dados públicos
- Análises de bancos de imagens, textos e relacionamentos
- Artigos em jornais e conferências
- Novos métodos, ensino e extensão
Novidades:
- Início do projeto!
Resumo
Frequentemente confundimos a ideia de conhecimento com algo que está escrito ou que é oficial. Os documentos que nos restaram para conhecer a herança cultural Africana no Brasil incluem depoimentos, textos e imagens que mostram os traços da ação de pessoas negras no passado. Mas estes documentos que restaram não são neutros. Eles refletem frequentemente uma opinião do colonizador escravocrata, uma (in)capacidade de tocar, ouvir, dançar e agir em relação à outra cultura e uma seleção do que vai ser ou não documentado.
Mas a cultura não é só texto, e o conjunto da herança de tradições orais, musicais, coreográficas permaneceu, carregada de corpo em corpo pelas tradições incorporadas. Como refazer essa jornada sem usar a lente, o texto e o corpo do colonizador?
Neste projeto construímos um mapa dos traços da herança Africana na música e dança no Brasil a partir de um conjunto de textos, imagens e da identificação do viés do colonizador. Na tentativa de identificar relações não documentadas, uma base de dados relacionará não só textos, mas as pessoas, suas lentes, suas imagens e seus corpos, utilizando tecnologias de análise textual e análise de imagem para estabelecer relações mais destacadas dos interlocutores durante a formação da cultura Afrodiaspórica no Brasil. A base de dados e novos métodos serão disponibilizados durante o projeto.
O olhar (e os ouvidos) do colonizador
Um dos desafios para estudar como a diáspora Africana fundamentou a riqueza da música e dança das Américas é lidar com a limitação cognitiva, eugenia e crueldade dos documentos escritos, selecionados e mantidos por agentes colônias. Um relato do Conde Eugenio de Robiano em 1870 (Fryer, 2000), demonstra como estes documentos informam sobre a cultura da diáspora no final do Sec. XIX:
Os relatos do conde Eugenio de Robiano reproduzidos acima demonstram a incapacidade do colonizador perceber a estrutura métrica de uma dança participativa (“mesma figura”, “acompanhamento dos participantes”), a incapacidade de cogitar outras escalas musicais (“fora do tom”) e a incapacidade de entender o a ginga codificada no tecido da estrutura musical (“mais ou menos em tempo”) .
O quê estes documentos de época refletem?
Os documentos que nos restaram para conhecer a herança cultural Africana no Brasil incluem depoimentos, textos e imagens que mostram os traços da ação de pessoas negras na cultura. Mas estes documentos que restaram não são neutros. Eles refletem frequentemente uma opinião do colonizador, uma (in)capacidade de tocar, ouvir, dançar e agir em relação à outra cultura e uma seleção do que vai ser ou não documentado. Mas a cultura não é só texto, e o conjunto da herança de tradições orais, musicais, coreográficas permaneceu, carregada de corpo em corpo pelas tradições.
Como refazer essa jornada sem usar a lente, o texto e o corpo do colonizador?
Neste projeto construímos um mapa dos traços da herança Africana na música e dança no Brasil a partir de um conjunto de textos, imagens e da identificação do olhar do colonizador. Na tentativa de identificar relações não documentadas, uma base de dados relacionará não só textos, mas as pessoas, suas lentes, suas imagens e seus corpos, utilizando tecnologias de análise textual e análise de imagem para estabelecer relações mais destacadas do olhar colonizador. A base de dados será disponibilizada para outros pesquisadores ao final do projeto.
Resultados esperados
- Bancos de dados públicos
- Análises de bancos de imagens, textos e relacionamentos
- Artigos em jornais e conferências
- Novos métodos, ensino e extensão
Participe!
Entre em contato!
Trabalhe com a gente.
Colabore com as ações do projeto!