Manasses Morais de Arruda e Luiz Naveda publicam estudo inovador sobre o groove no samba. A pesquisa revela como o contrabaixo elétrico constrói a fluidez rítmica essencial para o gênero, contribuindo significativamente para a musicologia e a prática musical.

O conceito de groove é central para a criação de performances envolventes no samba afro-brasileiro, sendo frequentemente associado a uma sensação rítmica que instiga o movimento e a dança. Em uma pesquisa conduzida por Manasses Morais de Arruda e Luiz Naveda, publicada recentemente, os autores investigaram como o groove é construído através das linhas de contrabaixo no samba.

O estudo envolveu 19 contrabaixistas profissionais que improvisaram sobre uma estrutura harmônica definida, permitindo uma análise detalhada das técnicas e abordagens interpretativas. Os resultados mostraram que o groove no contrabaixo é criado por uma combinação de recursos técnicos, como ghost notes, slaps e staccato, que enriquecem a textura rítmica da música e conferem fluidez à performance.

O que é groove? Se você curte música, já deve ter ouvido falar desse termo que faz a gente balançar ao som das batidas. Mas sabia que no samba, o groove também nasce das linhas de contrabaixo? No samba, as micro variações rítmicas dão aquele toque orgânico e fluido que faz toda a diferença. É o que os estudiosos chamam de “suingado”. Não é só um ritmo, é uma experiência musical que conecta corpo e som. Quer saber mais? Mergulhe no universo do groove e descubra como o contrabaixo define esse swing que todo mundo sente!

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Um dos aspectos mais reveladores do estudo foi a análise da Figura 5, que ilustra a utilização dos recursos técnicos ao longo do tempo durante as execuções dos contrabaixistas. Este gráfico destaca a variabilidade de formas como os músicos constroem suas linhas de baixo, mostrando que alguns preferem uma abordagem mais constante e linear, enquanto outros utilizam uma vasta gama de recursos de maneira mais dinâmica e variada ao longo da performance.

Figura 5: Utilização dos recursos técnicos ao longo das execuções de linhas de baixo para os 19 participantes do estudo.

Além disso, a Figura 8 oferece insights valiosos sobre a distribuição dos recursos técnicos em diferentes posições métricas no compasso. A figura mostra que técnicas como o pizzicato e ghost notes são utilizadas de maneira bastante uniforme, mas com uma tendência significativa de ghost notes aparecerem em posições contramétricas. Essa escolha contribui para a criação de um groove que é tanto fluido quanto ritmicamente interessante, explorando o contraste entre a precisão métrica e as variações expressivas.

Figura 8: Distribuição de recursos por posição métrica nas subdivisões de ¼ de tempo no compasso binário.

Essa pesquisa se alinha com as linhas de estudo do CorpusLab, que foca na interseção entre teoria musical, prática performática e análise computacional. O estudo de Arruda e Naveda exemplifica o uso de ferramentas de visualização de dados para mapear e entender padrões musicais, contribuindo para o avanço da musicologia do samba e explorando como a microvariação temporal e a escolha de técnicas influenciam o groove. Esse enfoque multidisciplinar é central para as investigações do CorpusLab, que busca integrar a análise quantitativa e qualitativa na compreensão de fenômenos musicais complexos.

Para mais detalhes, o artigo completo pode ser acessado na revista Per Musi.

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